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O Renascimento foi um período onde o homem recria dentro de si a ideia do belo e simples, claro e estático. As pessoas começam e ver-se como centro da vida, como a prioridade do planeta. Passam a crer que o mundo do jeito que ele era, era daquele jeito não por um simples desenvolvimento natural, mas porque Deus o fizera para ser sujeito ao homem, às ações antrópicas.

O homem começa a ver que a Igreja Católica o prendia muito às coisas espirituais e não permitia que desenvolvesse dentro de si ideias que pudessem mudar não só ele mesmo, mas todos os seres viventes, como as máquinas agrícolas, que surgiram no final da era das trevas, e que permitiram um adentramento nas florestas que antes eram carregadas de supertições e mitos.

Junto a essa mudança de mentalidade, e com a explosão de comerciantes principalmente das cidades litorâneas da Itália, como Gênova e Veneza, começam a surgir na Europa "conspirações religiosas" que se desenvolveram por vários motivos, como o motivo religioso de Lutero, motivos econômicos de Calvino e motivos políticos do rei Henrique VIII, da Casa de Tudor. Dessa forma, o homem tornou-se o senhor da terra, do mar, da ciência e da arte, libertando-se aos poucos da fé medieval. Prova disso foram as própias "conspirações religiosas" ressurgentes, que atingiram diretamente a Igreja.

Mediante destes ataques, a Igreja, que monopolizava o saber, a arte, a ciência e toda a tecnologia, cria um contra ataque: A Contra-Reforma, que foi a maior e mais poderosa instituição a mostrar ao mundo o seu poder, a sua glória e riqueza, através de missões, de artes, de ciências de tecnologia, e de toda forma de ilusão. E é neste contexto que surge o Barroco, um estilo artístico de movimentos, de impressões e expressões, onde o sagrado funde-se com o profano, o claro com o escuro, o fraco com o forte, o dramático com o simples, o frio com o quente. Este espírito contraditório, movimentado, e de conflitos de concepções, influencia diretamente toda a manifestação artística da época.

Podemos associar o Barroco à uma tentativa de unir os ideais humanistas da época com a religião. Os artistas da época começam a ficar divididos entre a fé e a razão. Usa-se o pessimismo principalmente na literatura, o fusionismo nas artes plásticas, da arte medieval e renascentista, e o feísmo nas artes plásticas, onde a miséria da condição humana é bastante explorada.

A linguagem barroca é rica em figuras de linguagens, usa linguagem muito rebuscada, exploração de temas religiosos. Na literatura há uma valorização da vida: há a ideia de que a vida é curta, por isso deve se buscar uma salvação espiritual, e aproveitar o máximo cada minuto de sobrevivência (Carpe Diem, aproveite o momento).

Vemos também o Cultismo, que é o recurso de efeitos sensoriais. Há também o jogo de ideias, que explora o raciocínio e o pensamento lógico. O Cultismo foi amplamente usado em poesias e o Conceptismo amplamente usados na prosa. Alguns temas frequentes em poesias barrocas são: a instabilidade das coisas, erotismo, narração de cenas trágicas, misticismo, morte, castigo (como decorrência do pecado).


Exemplo de poesia Barroca:


Buscando a Cristo

A vós correndo vou, braços sagrados,
Nessa cruz sacrossanta descobertos
Que, para receber-me, estais abertos,
E, por não castigar-me, estais cravados. A vós, divinos olhos, eclipsados
De tanto sangue e lágrimas abertos,
Pois, para perdoar-me, estais despertos,
E, por não condenar-me, estais fechados. A vós, pregados pés, por não deixar-me,
A vós, sangue vertido, para ungir-me,
A vós, cabeça baixa, p'ra chamar-me A vós, lado patente, quero unir-me,
A vós, cravos preciosos, quero atar-me,
Para ficar unido, atado e firme.

(Gregório de Matos . In: Antonio Candido e J. A. Castelo. Presença da literatura brasileira – Das origens ao Romantismo. São Paulo: Difel, 1968. p. 73.)


Exemplos de músicas Barrocas:


  • "Orfeu" - Claudio Monteverdi





  • "As Quatro Estações" - Antonio Vivaldi
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